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Algo tão doce

Questionando as reverberações políticas e morais da mulher objetoalimento-coisa-virgem-puta na sociedade, a performance mobiliza a identidade e o peso de ser mulher, dialogando com a beleza, a inocência e a leveza do algodão doce. A performer oferece algo doce - algodão-doce - aos transeuntes/espectadores, enquanto pergunta sobre amargas lembranças de suas vidas. Se preenchendo dessa não-doçura, desse grito contido de ser mulher, se transforma em um bicho-coisa-rosa para poder então renascer novamente.

 

Representa Marielle Franco, Nilce de Souza, Berta Cárceres, irmã Dorothy, Claudia Ferreira e todas as mulheres guerreiras que foram mortas por abrirem suas bocas para o mundo.  Bocas que gritaram e foram silenciadas, mas que reverberam em nosso corpo. Vidas que não foram mortas em vão. Vidas que foram decompostas pela putrefação do homem, mas que deixam sua marca, fazendo nosso grito de mulher soar ainda mais alto.

foto: Rafael Veloso

foto: Diana Magalhães

 

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